"amor é fogo que arde "


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Ele chegou para mim como um presente tardio. Eu que já pensava inverno amanheci verão, ainda não sei como esse calor me tomou, e fogo é dificil de apagar.
Todos os dias o meu olhar repousa sobre ele como sendo o primeiro, e só consigo pensar em como ele é bonito, o meu menino bonito que me deixou enfeitiçada, correndo perigo com seu olhar simplesmente lindo.
O menino chamou minha atenção, menino ousado, atrevido. Balançou minhas estruturas tão bem pensadas e amarradas.
Menino vadio, sussurrou no meu ouvido palavras doces com voz macia. E tal como uma pedra de gelo fui derretendo com seu calor que me invadia o corpo.
Quando ele me olhou, não foi à primeira vista, nem sei quando foi amor. Só sei que era uma vontade de cuidar, de dar beijo estalado, de deita-lo no meu colo, de pertencer. 
Recortei paixão e joguei tudo nas estrelas, andei sobre os telhados tal como um bêbado que em seu torpor segue sem amarras, livre e rindo todas as vezes que a brisa toca meus lábios e corta meu corpo. O amor ao mesmo tempo que aprisiona lhe dá um sabor de liberdade.
Sou dependente de sua pele, de sua boca, de suas mãos, de sua voz. 
Ele é meu pedaço mais bonito, minha poesia preferida, a música que não canso de escutar. Sem ele não sou desamor porque mesmo longe ele está em mim e me deixa mais bonita. Sou completa.
Ele tem o olhar mais doce do mundo e é tão intenso no que fala que sempre me convence. A voz é mansa e melodiosa, mas dentro dele tudo é vibração. Sua pele é sempre morna parece feita para me aquecer, sinto a temperatura do seu corpo antes de toca-lo. Sem planos e sempre cheio de idéias e sonhos, se empolga sem esforço. Tem um jeito de encantar todo mundo, não fala muito mas fala certo. Quando cala vai para um lugar que só ele chega, tenho até ciúmes. Sua mão sempre tem carinhos, seus beijos me deixam sem chão, seu abraço é forte e me traz o mundo ,  seu toque me leva a lugares onde nunca estive.  
Nossos corpos são complementos, siameses que não podem ser separados. É tudo sempre intenso, desde o começo, foi assim. Devastadoramente, assustadoramente, intenso. Ele, eu, nós dois, suas mãos, meu corpo, nossos corpos, juntos.
Viajamos a cada vez que nos tocamos, que  trocamos vida, porque é tanta energia  que tem sempre o sabor do primeiro dia e o efeito é de longa duração.

E eu que só conhecia outono, estou para sempre primavera.



Há homens tarja preta,
contra indicados, 
que causam dependência física...
não há "de vez em quando", 
toma-se uma dose já desejando outra...

Como VOCÊ.


do Blog Olhar dentro dos olhos




Este post é parte integrante do projeto “Caderno de Notas – Segunda Edição”, do qual participam as autoras Ana Claudia Marques, Ingrid Caldas, Luciana Nepomuceno, Lunna Guedes, Maria Cininha, Tatiana Kielberman, Thelma Ramalho e a convidada Mariana Gouveia.


Comentários

  1. Para algumas dependências, o infinito é o que mais queremos como cura. Lindo!

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  2. Belo texto, faz a gente fazer uma pausa no cotidiano para espiar os contornos alheios, no caso, o seu. Que você seja sempre primavera minha cara...

    bacio

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. E há esta coisa que acontece - mesmo sem a gente saber como, onde e por quê... simplesmente adentra os poros e muda a vida, dando outra roupagem ao cotidiano.

    Belamente descrito!

    Beijos, Thelma!! Adorei participar do projeto com você... ^^

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  5. O que dizer?
    Inspirador. Simplesmente inspirador.
    Belo texto

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  6. Que texto maravilhoso!
    É sempre gostoso escrever definindo o ser amado, porque a gente enxerga ele em tantos detalhes, né?
    Lindo.
    http://www.invisivelaosolhos1.blogspot.com.br/

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  7. Texto forte, tão intenso quanto as emoções que descreve.
    Seria bom, ser sempre primavera.
    abço

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Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

"Cecilia Meireles"

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