“Não ando perdida, mas desencontrada.”

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Tenho escrito pouco, vivido pouco, chorado pouco. Há tempos de ser água e tempos de ser rocha; como água sou flúida, as palavras se acercam de mim menos tímidas - como rocha nem ousam se aproximar. Que tudo na vida é muito estranho, principalmente nós mesmos, é fato. Há tempos em que, precisamos dar conta do teatro do real, por uma questão de sobrevivência, ou somos engolidos por nossa própria boca e a saliva da loucura. 

Denise Magalhães


Despedaços de mim
Reviravoltas por dentro de mim
Tenho 7 mil vontades
Todas elas insaciáveis
além de indispensáveis
(...)

Sei que a desilusão
há de ser minha morada
O destino, meu guia
Sou feita de terra macia
se desmanchando
qual noite e dia

Mara


Um momento
Qualquer lugar, um arrependimento
Qualquer horário, um lento desalento
O mesmo olhar, o mesmo envolvimento
E tudo volta a acontecer!

Bruna Caram







E continua a fluir, dentro de mim, essa força que se dilui em rios vários, que se perde em seus próprios contornos, mas retorna e permanece, ainda que mudada, ecoando.
Nas paredes brancas da casa o som passeia e a imagem refletida no espelho brinca de reconhecer a si mesma, já sabendo a resposta. Os dias carregam a poeira dos descuidos, das entrelinhas, do achar que é, sem ser, ou sendo. Fora, a representação vive alimentada dos vôos internos, e nem sempre se completa a rota. Daí é um voltar que conta o tempo que relógio nenhum marca, para sair depois, e continuar. Vivendo.

do Blog instinto, doçura e ferocidades



E no meio do vento norte, me dou conta que meus ladrilhos amarelos estão cheios de lodo, a estrada escorregadia me faz voltar no tempo , reconhecer a velha dor, procuro respirar fundo talvez acorde, e tudo faça sentido novamente. Um movimento e sinto o frio gélido nas veias apesar do sol quente queimar minha pele, a tempestade está dentro de mim.
Levantar quando o vento sopra contra nosso corpo é tão dificil quanto esquecer tudo que nos faz sofrer. Não sei se vou ter forças para ficar em pé novamente, não sei se posso colar os pedaços de mim que ficaram pela estrada...




better man - pearl jam

Comentários

  1. Só o título já deixa instigado o leitor...

    acho muito interessante a maneira como une diferentes textos.

    um beijo

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  2. Ah puxa este seu jeito só seu estava fazendo falta, muita falta. Adorei a sua volta. Eu ando tentando não me desconcentrar. Amei, amei
    Vou ter mais inspiração.

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  3. Estou precisando levantar. Preciso me encontrar e abraçar as letras e todas as canções.

    Beijos Flor!!

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  4. Seu blog, querida Thelma, sempre é pura emoção... O vento não consegue impedir ninguém de se levantar... Se você aceitar, poderá pegar carona com ele. Beijos, com carinho.

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  5. Essa tempestade interna dói tanto.. Tentar esquecer o que faz sofrer é quase impossível enquanto a tempestade ainda atormenta e até mesmo quando ela vira brisa..

    Estava sentindo falta dos seus escritos..
    Beijos*:

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  6. Este teu blog é tão delicioso que hoje resolvi me inspirar nele pra falar sobre coisas que eu não sei como dizer, mas mesmo assim digo.

    Eu também "não sei se posso colar os pedaços de mim que ficaram pela estrada...", e honestamente não sei se quero.


    Um grande beijo!

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  7. o caminho do auto conhecimento, é árduo, mas fundamental, e necessário para o encontro consigo mesmo. Hermann Hesse prega isso em suas obras, maravilhosamente bem! Gostei muito das poesias, ótimo post, chamou minha atenção!

    beijos,
    Artur César

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  8. O post fechou com chave de outro nesse clip do Pear Jam. Aproveitando estou divulgando um novo blog, aguardo sua visita. http://jczeferino.blogspot.com.br/

    Bjinhusss... Sabrina

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  9. Minha cara, fiquei aqui a ler-te. A olhar-te e senti tanta falta dos nossos encontros na Paulista. Da sua voz de menina a falar de seu menino. De nossos olhares pelos espaços. Da nossa cumplicidade.
    O tempo tem sua própria arte, suas mazelas, suas ironias e suas manias. Veremos o que acontece amanhã, mas hoje estou feliz por chegar aqui e "te encontrar". bacio

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  10. e como não?
    amor também é mudar!

    no contexto em que escrevi, a mudança foi um fator primordial para continuar ainda a ser amor.
    no contexto em que escrevi, e pra mim, a mudança é o que faz o amor girar, principalmente se há coisas que precisam mudar.
    nenhum amor permanece imutável, e no caso não estava me referindo a mudança própria do amor, e sim da pessoa que o carrega, como algo necessário.

    :)

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  11. Menina, e eu estou perdida e desencontrada, começando a encontrar meu norte...passei maus momentos, estou engatinhando para o achado! Bjs

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Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

"Cecilia Meireles"

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