" se sua boca silencia a minha grita "



tumbir

silêncio

 
a não palavra
o tudo — mudo —
reticência que trava
todo acesso
obstrui o trato
texto tácito
que flui e não
cessa
em si

Valéria Tarelho
 

muros
 


1.
muro, o corpo.
a vida se salva
da janela.

2.
pedras fincadas
nos búzios
dizem os muros,
os quilates de muros.

todo limite pode ser punhal.

suzana bandeira
 
 
 
 
 
é real esta ansiedade. aposta, cavalos, dois corcéis negros tão perto da colisão, nistagmo. vertigem em espiral, pré-síncope. antes de perder os sentidos. tentativa de controlar o caos. depois há nuvens, clorofórmio,

torpor, repetição que acalma


Virna Teixeira



Desabei
desfiz em cacos.
Vaguei pelo inverso do tempo
retalhei em farrapos.
Fui onde o som não chega
ouvi o quanto grita
o silêncio.

Onde a luz não alcança
percebi a falta
que o brilho faz.
Vi-me abandonada
por quem realmente importa.

Pedi socorro
e pequei por omissão.
Dei voz a cada pedaço de alma
que encontrei
e contei a um por um,
minha história em capítulos.

Se pude ler-me por outras línguas,
sucumbi também ao peso
de cada palavra dita.
Desci, finalmente,
ao inferno que esperei.
Verdades, mentiras,
medos, virtudes
se aglomeraram
em caos incandescente.

Buraco negro.
Um universo está prestes a surgir...





O amor suporta tudo, explica tudo, te deixa mais forte (?). 
Tinha uma vida metódica e prevista e me encantei com o fugidio, talvez por ingenuidade ou arrogância pensei que só amor bastaria, que minha força seria suficiente, e me espantei porque sempre que fui exigida nascia uma nova mulher. 
Morrer todos os dias não faz bem a ninguém. Sofrer por amor pode até virar poesia, mas deixa marcas como tatuagem que para ser apagada tem que queimar...
Converti em lágrimas e palavras, a dor.
Enquanto havia a luta por você e contra você, o corpo quente não sentia as marcas.
Já nasci forte, aprendi a lutar desde o inicio, mas não me ensinaram como faz para esquecer...
E de novo, tenho que dentro de mim, encontrar como faço. Achar o meu caminho.
Aprender a viver com tudo de bonito que vejo nos seus olhos e escuto de tua boca.





fotografia - nara leão e tom jobim

Comentários

  1. São de açúcar os sonhos de uma criança
    São de algodão as nuvens que vi esta manhã
    São de sal os diamantes do colar que te dei
    São verdadeiros os sentimentos que pareceram palavra vã

    Uma boneca de olhos que abrem de espanto
    Um cavalo de madeira perdido do carrossel
    Um cálice cheio de berlindes de vidro
    Uma mascara de palhaço pintada a pincel

    Um pião que ganha vida
    Uma corda para saltar bem comprida
    A trotineta jaz num canto partida
    Um coração recorda uma dor esquecida
    Doce beijo

    ResponderExcluir
  2. Sempre delicioso te ler e me deliciar por aqui..super beijo e que estejas bem..

    ResponderExcluir
  3. lindo, como semp-re, gostei mto do poema da suzana bandeira.

    ResponderExcluir
  4. Acho que o bom é que em algum momento podemos apenas sentar, respirar e perceber que ainda somos os mesmos, mas tanto tempos depois parecemos outro e gostamos ou não do que vemos. rs

    bacio

    ResponderExcluir
  5. Tá muito bonito por aqui. Agora que percebi que faz tempo que não venho aqui.
    beijo e ótima semana!

    ResponderExcluir
  6. Lindo, lindo... só o título já diz tudo!
    Amei!
    Bjinhoss XD

    ResponderExcluir
  7. Que blog lindo!Parabéns!

    Vem conhecer o meu:
    leiakarine.blogspot.com

    ResponderExcluir
  8. só sei de uma coisa que
    amar faz muito bem
    linda semana bjs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

"Cecilia Meireles"

Postagens mais visitadas