As cidades estão cheias de passado!

google images




Pelas ruas da velha cidade existem marcos e marcas do passado.
Descendo a Ladeira de São Francisco, que foi sua primeira rua, paramos na Casa da Polvora, erguida em posição estratégica em 1710, de lá podemos observar um lindo por de sol que tem ao fundo o Rio Sanhauá. No pé da ladeira, escondida no muro de uma residência, a Bica dos Milagres, que passa desapercebida aos olhos de quem não sabe de sua historia.
Ali bem próximo uma outra fonte, a do Conjunto Franciscano guarda a história de um crime passional, o romance entre um frade e uma senhora casada terminou ali, com a morte deles naquele local.
Na porta principal da Igreja de São Francisco repousa um governante, que sabendo ter sido um mau governador pediu para ser enterrado ali onde todos teriam que pisa-lo ao entrar na igreja.
Voltando a cidade alta, seguimos até a Igreja  de Misericórdia, construída em 1592. Em sua fachada ainda vemos a Roda dos Expostos, onde as moças deixavam seus filhos “bastardos”para adoção. Naquela mesma rua morava Peregrino de Carvalho, jovem idealista que proclamou a Republica em 1817. Foi julgado , condenado e esquartejado ficando para exposição da população em algumas esquinas da capital.
Continuando pela Rua Duque de Caxias passamos pela Praça Rio Branco, era lá o Pelourinho onde tantos negros foram açoitados e uma grande incêndio destruíu a Casa do Capitão-Mor no final do século XIX. A rua ainda conserva vários sobrados, alguns quase destruídos por falta de conservação em total descaso dos seus proprietários.
Na cidade baixa, nos alicerces da Igreja de São Pedro Gonçalves encontraram o que muitos pensaram ser um muro que circundava a cidade no tempo da invasão holandesa, mas consta também que naquele local foi erguido o primeiro forte para proteção da população.
Um belo casarão abandonado no bairro de Tambiá tomba por conta de questões familiares. Dizem que em suas paredes já esteve um Van Gogh que foi destruído num incêndio nos anos 30.
No sótão do sobrado na Rua da Areia encontraram equipamentos de transmissão alemães na época da Segunda Guerra Mundial, prova que os nazistas estiveram por aqui. Contam que um submarino teria sido abatido próximo a costa do estado.
Na praia de Tambaú desapareceram as ruínas da Igreja do Almagre, construída por Jesuitas no sec XVI e visitada por Mário de Andrade nos anos 20, hoje ninguém sabe onde estava situado o conjunto arquitetônico.
A outrora Filipéia de Nossa Senhora das Neves, Frederika ou Parayba do Norte, hoje João Pessoa é feita de nossas histórias, nosso segredos. Suas ruas estão cheias de passado, já escrito, esperando por novas palavras, novos contos, novas lendas…




jardim das acacias - ze ramalho



este post é parte integrante do projeto “caderno de notas – terceira edição” do qual participam as autoras Ana Claudia Marques, Ingrid Caldas, Lunna Guedes, Mariana Gouveia, Tatiana Kielberman, Tha Lopes e Thelma Ramalho.

 os links dos blogues das nossas autoras:

Comentários

  1. Interessantissimo... gostaria de saber os detalhes da historia do frade e da senhora casada...

    ResponderExcluir
  2. muito interessante... adoro João Pessoa.
    beijos lindona.

    ResponderExcluir
  3. Foi como se pegasse em tua mão e seguia pela cidade como se fosse minha.

    LIndo!

    ResponderExcluir
  4. Assim é:
    As ruas encerram todo o nosso passado.
    Bonito, o texto!
    Beijinhos!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

"Cecilia Meireles"

Postagens mais visitadas