relógio de vento

rattus
'i'll be your mirror, reflect what you are...'

tu já me arrumaste no armário dos restos
eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começamos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
mas no tempo subjectivo
tu és ainda o meu relógio de vento
a minha máquina aceleradora de sangue
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?

isabel meyrelles


Será que vou conseguir prosseguir?
será que desta vez você me deixa ir?
As lágrimas já secaram,
mas ainda tremo quando lhe vejo,
meus olhos não deixam de admirar sua beleza,
meu corpo estremece quando você me toca.
Ainda continuo com a mesma rotina
ainda não consegui ir embora
totalmente
Apenas deixei de sofrer

Será?




É só um pressentimento estendido sobre a cama. Uma viagem até ao banco de trás, salpicada de pequenos infernos entre quatro verões. Lembras-te do resto do nosso adeus? Houve palavras a mais, um candeeiro aceso sobre os nossos ombros e humidade nas ombreiras da voz. E as olheiras. As olheiras a passearem-se por debaixo dos meus olhos, mesmo à frente dos teus. Lembras-te? É só um pressentimento, eu sei que ainda há muita chuva, muito vento antes de te morrer.
Carla


Se vais desaparecer, para que a eternidade?


Comentários

  1. Um dia é sempre mais que um dia. Vai indo. Não espere, a vida é sempre mais que isso.

    BeijooO*

    ResponderExcluir
  2. Nossa! Esse blog suspira...

    A-d-o-r-o passar por aqui!

    Bjs no core

    ResponderExcluir
  3. Menina, isso foi forte!

    Eu adorei!


    beijos :*

    ResponderExcluir
  4. adorei aqui, obrigado pela visita*

    Beijos um lindo fim de semana!

    ResponderExcluir
  5. é tudo questão de tempo, engraçado dizer isso, mas é mesmo, questão de tempo.

    cá estou eu, depois de quase 2 anos.


    um beijo.

    ResponderExcluir
  6. é verdade , o tempo apaga, mesmo que às vezes demore um pouco.
    bjos!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

"Cecilia Meireles"

Postagens mais visitadas