" O balanço range, mas o ramo não verga. "

© Mary Ellen McQuay/First Light/Corbis

Hoje que seja esta ou aquela,


pouco me importa.


Quero apenas parecer bela,


pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,


já fui Margarida e Beatriz.


Já fui Maria e Madalena.


Só não pude ser como quis.

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?

Procurei-te em vão pela terra,


perto do céu, por sobre o mar.


Se não chegas nem pelo sonho,


por que insisto em te imaginar?


Quando vierem fechar meus olhos,


talvez não se deixem fechar.


Talvez pensem que o tempo volta,


e que vens, se o tempo voltar.

Entre mim e mim, há vastidões bastantes


para a navegação dos meus desejos afligidos.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens. 

E como o conheces ? - me perguntarão. 

- 
Por não Ter palavras, por não ter imagem. 


Nenhum inimigo e nenhum irmão. 


Que procuras ? 


Tudo. 


Que desejas ? 


Nada. 


Viajo sozinha com o meu coração.

Liberdade - essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda !

Acabar. 


Não vês que acabas todo o dia. 


Que morres no amor. 


Na tristeza. 


Na dúvida. 


No desejo. 

Que te renovas todo dia. 

No amor. 


Na tristeza 


Na dúvida. 


No desejo. 


Que és sempre outro. 


Que és sempre o mesmo.

A primeira poesia que lembro ter lido na vida é dela, "Ou isto ou aquilo" num velho livro escolar. E ela me encantou com a verdade de seus versos, aprendi muito cedo que a vida é sempre escolher. Que tem sempre dois lados, que por trás da tristeza existe alegria, que tem dias de sol, e outros de chuva. E sempre esta poesia tão singela me acompanhou: